Wtcweb: Como você percebe a política atual em todo Brasil?
Valmir: A política brasileira de hoje está marcada por múltiplas tensões simultâneas: Um sistema institucional democrático consolidado, mas submetido a desgaste por polarização crescente, disputas entre poderes e incertezas na governabilidade. Um cenário econômico volátil: há sinais de recuperação ou estabilidade em alguns indicadores, mas também persistem desafios estruturais como altos juros, incerteza fiscal, dívida pública elevada e baixa previsibilidade regulatória. Um ambiente social ainda muito desigual: avanços em aspectos como emprego ou redução de pobreza convivem com fragilidade de políticas de longo prazo, vulnerabilidades regionais e baixos níveis de participação política efetiva para parcelas da população.
Em sua opinião a polarização que vivemos interfere na evolução econômica e social da atualidade?
Valmir: Sim, a polarização política no Brasil interfere diretamente, e de maneira profunda, na evolução econômica e social do país. E essa interferência não é apenas ideológica; ela afeta decisões práticas, o ambiente de negócios, a confiança institucional e até a coesão social cotidiana. Podemos falar também da polarização política e seus efeitos estruturais. A polarização, ou seja, o acirramento entre grupos que se vêem como adversários inconciliáveis, transformou o debate político em uma disputa identitária, e não mais racional. Isso faz com que políticas públicas passem a ser avaliadas não pelo mérito, mas por quem as propõe.
Em Caraguatatuba e região quais os principais desafios a serem enfrentados pelo governo atual e o que virá, após as eleições de 2026?
Com base em dados recentes e também segundo minha percepção e ponto de vista, podemos identificar algumas das principais vulnerabilidades e oportunidades do município:
1. Desigualdades econômicas & competitividade baixa No ranking de competitividade dos municípios de SP, Caraguatatuba está em posição mediana / razoável no geral, mas com fragilidades fortes em vários pilares, como “Inovação e dinamismo econômico”, “Inserção econômica”, “Capital humano”, “Sustentabilidade fiscal”. Isso sugere que embora haja potencial em turismo, cultura local e localização litorânea, falta estrutura para aproveitar totalmente esse potencial e converter em empregos de qualidade, renda local e riqueza sustentável.
2. Turismo forte, mas dependente e sujeito a sazonalidade. O turismo é identificado como fator importante pela população local. A percepção é positiva quanto ao turismo como gerador de emprego. Ao mesmo tempo, parte da economia está muito ligada a comércio e serviços associados ao turismo, o que torna o município vulnerável a variações climáticas, mudanças de comportamento de visitantes, crises sanitárias ou ambientais, ou mesmo infraestrutura que não acompanha a demanda.
Wtcweb: O que é mais prioritário a ser enfrentado para melhorar as condições de vida do cidadão em todo Brasil?
Valmir: Responder a isso exige olhar não apenas para economia e política, mas também para o humano, o social e o ético do país. Com base em tudo o que já falamos anteriormente aqui, desde os cenários nacional, regional e local, podemos dizer que o que mais precisa ser enfrentado para melhorar as condições de vida do cidadão brasileiro é um conjunto integrado de cinco prioridades estruturais, que se alimentam mutuamente e a ausência de qualquer uma delas tende a anular os avanços das outras. Posso primeiramente enumerar quais seriam essas cinco propriedades aqui e já aproveitar o mesmo gancho para dar início a resposta da próxima pergunta, pois essas prioridades são a solução para o assunto tratado nela. Então, esse conjunto seria composto por essas cinco propriedades:
1. Educação de base e formação para o futuro.
2. Redução das desigualdades e inclusão produtiva
3. Governança eficiente, ética e transparente
4. Sustentabilidade ambiental e resiliência climática
5. Reconstrução do pacto social e combate à polarização.
5. O que você faria para melhorar a vida da população e de todos os brasileiros? Resposta: Como já iniciamos a fala na pergunta anterior, enumeramos cinco pontos essenciais, cinco áreas que seriam os pilares para a melhora da condição de vida da nossa população. Aqui vou esmiuçar cada elemento e cada ponto em sua essência e importância. 1. Educação de base e formação para o futuro. A educação brasileira ainda é o ponto mais crítico da desigualdade estrutural. Embora tenhamos ampliado o acesso à escola, a qualidade e a equidade continuam frágeis. Isso se reflete diretamente na renda, na produtividade e até na capacidade de entender o debate público — ou seja, na própria saúde da democracia. Prioridades concretas: Educação básica integral e de qualidade (não apenas número de horas, mas ensino significativo, com artes, ciências e pensamento crítico). Formação técnica e profissional conectada com as demandas regionais e tecnológicas do século XXI. Valorização real do professor — com carreira sólida, atualização constante e condições dignas de trabalho. Investimento em primeira infância, onde se formam as bases cognitivas e emocionais do ser humano. A educação é o eixo que sustenta todos os outros: sem ela, políticas sociais são paliativas e não transformadoras. 2. Redução das desigualdades e inclusão produtiva. O Brasil continua sendo um dos países mais desiguais do mundo em distribuição de renda, acesso à moradia, transporte, saúde e oportunidades. O problema não é falta de riqueza — é a forma como ela é distribuída e utilizada. Aqui estamos diante de um problema crônico de conscientização e uso dos recursos por parte da população, como o cidadão não foi ensinado nem educado na questão financeira, gestão de dinheiro e afins, a maioria da população tende a desperdiçar os recursos e entrar em situação de endividamento. Prioridades concretas: Reforma tributária justa e progressiva, para aliviar quem trabalha e cobrar mais de quem acumula renda improdutiva. Políticas de geração de emprego local, estimulando pequenas empresas, cooperativas e economia criativa. Moradia digna e transporte público eficiente, integrando periferias e cidades médias. Programas de renda mínima condicionada à educação e capacitação. Sem inclusão produtiva, o país continua prisioneiro do assistencialismo e da instabilidade social. É uma questão de mentalidade, mudar a forma e maneira do cidadão pensar, ver e enxergar a riqueza, o dinheiro, a programação financeira. 3. Governança eficiente, ética e transparente. Um dos grandes entraves à evolução do Brasil é a ineficiência e fragmentação da máquina pública. O Estado brasileiro é caro, mas pouco resolutivo. E quando o cidadão não confia nas instituições, ele se desengaja — o que perpetua o ciclo da corrupção e da descrença. Prioridades concretas: Gestão pública profissionalizada, baseada em mérito, dados e resultados (não em apadrinhamento). Transparência radical: orçamento aberto, rastreável, e comunicação acessível ao cidadão comum. Reforma administrativa moderna, focada em simplificação e digitalização. Descentralização com responsabilidade, fortalecendo municípios, mas com fiscalização efetiva. Quando o cidadão sente que o Estado funciona, ele volta a participar — e o país volta a se mover. 4. Sustentabilidade ambiental e resiliência climática. As mudanças climáticas já são uma realidade no Brasil — enchentes, secas, deslizamentos e perda de áreas produtivas. O país precisa migrar de um modelo de exploração predatória para um modelo de desenvolvimento regenerativo. Prioridades concretas: Planejamento urbano e prevenção de desastres, especialmente nas áreas de risco. Transição energética justa, aproveitando o potencial solar, eólico e de biomassa. Proteção da Amazônia e dos biomas costeiros e do Cerrado, integrando conservação e economia sustentável. Educação ambiental e requalificação verde de trabalhadores. O mundo caminha nessa direção. Se o Brasil não se preparar, perderá competitividade e qualidade de vida. 5. Reconstrução do pacto social e combate à polarização. Por fim, e talvez o mais profundo: o Brasil precisa curar sua fratura social e emocional. A polarização política, estimulada por manipulações digitais e desinformação, fragmentou a confiança coletiva — que é a base do progresso. Prioridades concretas: Educação cívica e midiática nas escolas. Diálogo institucional permanente entre setores produtivos, religiosos, acadêmicos e sociais. Políticas públicas neutras e baseadas em evidências, não em ideologia. Comunicação governamental unificadora, que inspire pertencimento, e não medo. Sem confiança mútua, o Brasil não constrói, apenas reage.
Qual a mensagem que você gostaria de deixar para todos os seguidores da wtcweb rádio e plataforma de notícias?
“ Primeiramente agradeço a Deus por tudo. Em segundo lugar e não menos importante, gostaria de na posição de presidente e em nome do partido Democracia Cristã- DC, agradecer a rádio WTCWEB pela oportunidade, pelo espaço que a nós foi cedido e pela qualidade das perguntas, que com certeza, elevaram muito o nível da nossa conversa, ao partido Democracia Cristã que me confiou essa responsabilidade na cidade de Caraguatatuba, a todos os internautas e ao povo em geral, em quem confio e sei que encontrarei grande apoio e por quem luto e lutarei sempre. Gostaria também de reafirmar o meu compromisso com o povo e com a defesa da verdade e da justiça, com a defesa e a prática dos valores familiares e sociais, do respeito mútuo, compreensão e direito de opinião a todos. Quero parabenizar a rádio pelo trabalho primoroso que vem realizando nessa área, abrindo espaço para que nós candidatos possamos expor nossas idéias e planos de mandato e mais uma vez afirmar que tenho certeza de que essa mensagem irá ecoar num raio muito extenso e que irá atingir e impactar muitas pessoas, tendo em vista a grande popularidade da rádio WTCWEB. E encerrar dizendo que o povo pode sim, se sentir totalmente representado na minha pessoa. Um forte abraço a todos e muito obrigado mais uma vez. Que Deus abençoe a nossa nação”.
Valmir Oliveira Santos, Presidente do Partido Democracia Cristã no município de Caraguatatuba-SP e região
