“A esta Terra que talvez
ainda me sirva de mortalha!
Nela hei de me desfazer e
refazer...
Parte desse solo, desse
ar...
Do sorriso ingênuo de uma
criança Yanomami...
De uma criança nascida da
poeira de seus ancestrais
Vida longa aos povos das
florestas!”
As mal traçadas linhas
acima, como diriam os poetas, são de minha autoria e refletem o respeito e o
amanhã que desejo para as nações originaria desse solo Brasil.
Porém não me engano e tenho
a nítida compreensão que, apesar da comoção que estamos presenciando na opinião
publica, depois de escancarada a situação de indigência desses povos, passada o
frisson da mídia e do uso político da situação, todos voltarão a suas vidas
cotidianas e tudo isso será mera lembrança.
Não será dessa forma? Bem
assim esperamos. Porém a natureza humana tem esse viés, que muitos chamariam de
“Neurônios Espelhos”, aquilo de sentir a dor, ou vergonha, alheia, mas passa e
passada a dor ou a vergonha, esquecemos...
No entanto a existência, a sobrevivência
desses povos, suas necessidades e o amparo por parte do governo, são perenes e
sem elas continuaremos a ver as cenas que se espalharam mundo afora e que nos
remetem a estados de guerra ou calamidade total.
Que isso não seja esquecido.
Que os Yanomamis e todas as nações indígenas de nosso país possam ter, de agora
em diante, direito as suas terras e ao seu modo de vida e respeitemos e não nos
esqueçamos que todo ser vivo tem direito a dignidade e a vida...
Vida longa aos povos da Amazônia!