"Sou um encalacrado falando em um congresso de encalacrados". Essa frase, que custou ao
mais expressivo modernista brasileiro, Oswald de Andrade, sua expulsão em uma reunião de cafeicultores, mostra o calibre e a ousadia daqueles artistas que
romperam com uma arte estratificada e importada da Europa, nos idos de
fevereiro de 1922, na Semana de Arte Moderna que esta completando 100 anos.
Também chamada de Semana de 22, ocorreu em São Paulo, entre os dias 13 e
17 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal. Aquela foi, sem duvida, uma
semana de escândalos, para quem estava acostumado com uma cultura comportada e
pasteurizada.
Além do já mencionado Oswald de Andrade, tivemos nomes que se consagraram na
vida artística e cultural brasileira como Mario de Andrade, Tarsila do Amaral,
que era a mulher de Oswald, o maestro Heitor Villa Lobos, Víctor Brecheret, Plínio Salgado, Anita
Malfatti, Menotti Del Picchia, Guilherme de Almeida, Sérgio Milliet,Tácito de
Almeida, Di Cavalcanti, Agenor Fernandes Barbosa entre outros que inauguraram um novo tempo na arte e
na cultura brasileira, sempre se pautando pelas realidades brasileiras. A
Semana de Arte Moderna de 22 mostrou as brasilidades de um país heterogêneo e
multicultural lançando as bases do que temos hoje nas artes e vida cultural do
Brasil.
Fica aqui o nosso registro por tão importante momento da história das
artes e da cultura nacional.